quarta-feira, 22 de julho de 2009

Talese e o New Journalism

Precursor do chamado New Journalism americano, o escritor e jornalista Gay Talese, de 77 anos, concedeu-nos a honra de sua presença em solo brasileiro nesse mês de julho. Durante a 7ª Festa Literária Internacional de Paraty, ocorrida em 4 de julho, Talese demonstrou grande emoção ao deixar claro seu ponto de vista em relação ao jornalismo, enfatizando o dever do profissional de publicar sempre os fatos de maneira fiel, íntegra e honesta, por mais que consequências tumultuosas possam vir à tona.




Dotado de um talento literário perspicaz, após décadas conciliando o jornalismo com a literatura, Gay Talese tem como próximo projeto um livro relatando sua vidaconjugal de 50 anos com a agente literária Nan. Visando uma maior qualidade e quantidade de detalhes, Talese pretende utilizar um número amplo de cartas e documentosque remetam de alguma forma ao seu casamento. Como diferencial de extrema relevância em relação aos outros profissionais do jornalismo, o escritor demonstra ainda através de suas obras seu interesse incessante não por relatos de vida de celebridades, de grandes personalidades, mas daqueles cidadãos que atuam como coadjuvante nos fatos em questão. Talese interessa-se mais pelo gandula de um grande clássico futebolístico do que pelos próprios craques da bola. Eis o diferencial que tornou Gay Talese um dos maiores nomes da literatura de não-ficção, o New Journalism.

NEW JOURNALISM

Surgido na imprensa norte-americana, na década de 60, o gênero jornalístico nomeado de New Journalism visava como principal objetivo a junção do gênero literário e do gênero jornalístico em uma obra só. O que foi considerado um romance de não-ficção.

Com o anseio de tornar o New Journalism um gênero mais popular nos EUA da época, grandes nomes da literatura como Gay Talese, Truman Capote e Tom Wolfe vieram a desenvolvergrandes obras, como o perfil do ator Marlon Brando entitulado "O duque em seus domínios", o relato de um assassinato de uma família de fazendeiros em uma pequenacidade do oeste do Kansas entitulado "A Sangue Frio", ambas as obras de Truman Capote. Como principal característica do New Journalism, Tom Wolfe defendia o uso do Realismo Social do século XIX em detrimento do Romance Moderno do século posterior. Seu principal argumento seria o retrato fiel dos fatos que a literatura do século XIX realiza, enquanto a nova literatura acabava realizando uma distorção dos fatoscom suas novas características, como por exemplo a quebra de perspectiva e a não-linearidade da decorrência dos acontecimentos.

Entretanto, o uso de uma narrativarealista não bastava para convencer uma parcela de críticos céticos da época. Muitos deles questionavam até que ponto o detalhamento dos fatos narrados nos livrospoderiam ser verídicos, já que o jornalista não os presenciava na maioria dos casos. Entretanto, provando-se a veracidade daquilo que foi escrito nas obras do New Journalism, a questão é que apesar de passadas décadas, o gênero ainda chama a atenção de leitores ao redor do globo, com sua linguagem simples e de caráter cativante, que busca deixar transparecer cada mínimo detalhe dos acontecimentos em foco,característica que por si só chama grande atenção de seu público-alvo, levando em conta a curiosidade insaciável do leitor, característica inata do ser humano.


Faça o download da obra "A Sangue Frio" de Truman Capote:

segunda-feira, 13 de julho de 2009

K-Stew além da Saga Crepúsculo

O Quarto do Pânico. Muita gente não se recorda, mas este foi o primeiro trabalho de grande reconhecimento da atriz Kristen Stewart, atual intérprete de Isabella Swan, a protagonista da Saga Crepúsculo juntamente com seu co-star Robert Pattinson.

Extremamente voltada ao trabalho, absolutamente aversa às glórias da fama e dotada de uma expressão de intensa seriedade em relação a tudo o que faz, Kristen Stewart, chamada pelos mais íntimos de K-Stew, trata-se de uma atriz com um talento que vai muito além de uma interpretação da simples mocinha indefesa característica de Bella, em Crepúsculo. Em 2002, com seus escassos 12 anos, a atriz precocemente realizou uma atuação extraordinária ao lado de Jodie Foster em O Quarto do Pânico, filme que trata de um enredo no qual mãe e filha tornam-se refém de bandidos dentro de sua própria casa, mais especificamente, dentro de um quarto de segurança. Desde então sua capacidade de dissimulação artística parece estar em escalada crescente.


"O Quarto do Pânico" - 2002

Apesar de pouco conhecidos, Kristen Stewart ao longo da carreira vem mostrando o brilhantismo de seu talento através de filmes como Garganta do Diabo, em 2003, O Silêncio de Melinda, 2004, The Cake Eaters, em 2007 e mais recentemente, em 2009, Adventureland.

O próximo grande passo da atriz será interpretar a roqueira Joan Jett, no filme The Runaways, uma das integrantes da banda de mesmo nome, ao lado de Dakota Fanning. Com estreia do filme marcada para 2010, a atriz está há alguns meses submetida a sucessivas aulas de guitarra e no futuro das filmagens terá de se preparar psicologicamente para realizar cenas polêmicas como o tão comentado beijo homossexual com sua co-star. Tudo supervisionado pela própria rockstar Joan Jett.



"The Cake Eaters" - 2007

Fica a dica: aqueles que pouco ou nada conhecem da carreira de Kristen Stewart, passem a atentar para o nome de um grande talento em ascensão.




quarta-feira, 8 de julho de 2009

R.I.P. Michael Jackson

Incógnita. Eis o termo que caberia com mais exatidão na figura do Rei do Pop. Gênio, sonhador, alucinado, infantil... Seja como for, independentemente de qualquer rotulação a que Michael Jackson esteve sujeito, algo é certo: com suas coreografias inusitadas, o ritmo excitante de seus sons ou mesmo com suas facetas camaleônicas, de alguma forma o cantor deixou marcas profundas no universo da música.

Envolto a vida toda pelo mistério acerca de sua personalidade, ironicamente Michael deixou-nos no último dia 25 de junho, com causa de óbito ainda a ser esclarecida. Fato esse que se tornou apenas mais uma peça desse quebra-cabeça de sucessivas obscuridades ao redor do cantor. Sejam elas envolvendo o motivo da descoloração de sua pele, sua personalidade supostamente infantilizada ou mesmo envolvendo veracidade das acusações de pedofilia lançadas sobre o Rei.

Talvez na mente das pessoas, inconscientemente, a deformidade que seu rosto adquiriu refletia de alguma forma em seu caráter. Entretanto, o fato é que, rodeado por polêmicas verídicas ou não, no último dia 7 de julho nos deparamos com uma cerimônia de despedida digna de um astro imortalizado. Homenageado por figuras ilustres da televisão e do esporte, e performances musicais marcantes, o mundo derramou-se em lágrimas ao ouvir as palavras escassas, mas comoventes da única filha do cantor, Paris, em despedida ao pai.

Sepultado à altura da grandeza de sua personalidade, em um caixão banhado a ouro, Michael Jackson permanecerá inspirando seguidores nos quatro cantos do globo, porém, tornando-se a cada dia que passa mais inigualável.


DESCANSE EM PAZ, MICHAEL. A legião de fãs lamenta sua perda, mas sabe que o universo musical tornou-se infinitamente melhor com sua existência brilhante.